Baleal, Junho de 2007
O vento deixa de soprar do lado da ilha, ganha vergonha ao momento, recolhe-se para o valorizar. A baía torna-se lisa, ordenada, está apenas mais um simpático francês na água e lá fora, apesar de ser Junho, não há quase ninguém, dois ou três pescadores de cana na mão, um corredor no areal aberto pela maré vazia. Absoluto espectáculo, aqui as nuvens carregadas e negras, lá ao fundo um poente limpo e pintado com as cores que explodem do Sol; aqui a ameaça de trovoada, lá à frente o céu aberto e imaculado como se nunca tivesse sido voado; aqui em cima desenha-se um inacreditável arco-íris, no horizonte encerra-se um derradeiro brilho ao lado da Berlenga. Grande sorte, esta, a de existir num Mundo por vezes perfeito.
4 comentários:
Grande sorte esta, a de ler textos por vezes, perfeitos!
Parabéns.
Emociono-me sempre com a seriedade que impões em tudo o que fazes...
Mais sorte tenho eu ao ler os teus textos, pois fazes-me reviver alguns ""cair de tarde"" de algumas segundas-feiras de folga em que ía dar banho à minhoca e no meio do bater das ondas nas rochas ía rezando as contas da minha vida.... e levas-te a uma viagem de 10 anos atrás. Tenho que voltar a pescar. Mais uma pontuação máxima.
Acredita que tive sorte em te encontrar,encontrar as tuas palavras.O despontar de mais um dia,o mergulho do sol no horizonte são magia,e tu consegues transmiti-la.
lindo,lindo!
http://dolce_vita.blogs.sapo.pt
RS
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