terça-feira, 24 de julho de 2007

Grande sorte, esta


Baleal, Junho de 2007

O vento deixa de soprar do lado da ilha, ganha vergonha ao momento, recolhe-se para o valorizar. A baía torna-se lisa, ordenada, está apenas mais um simpático francês na água e lá fora, apesar de ser Junho, não há quase ninguém, dois ou três pescadores de cana na mão, um corredor no areal aberto pela maré vazia. Absoluto espectáculo, aqui as nuvens carregadas e negras, lá ao fundo um poente limpo e pintado com as cores que explodem do Sol; aqui a ameaça de trovoada, lá à frente o céu aberto e imaculado como se nunca tivesse sido voado; aqui em cima desenha-se um inacreditável arco-íris, no horizonte encerra-se um derradeiro brilho ao lado da Berlenga. Grande sorte, esta, a de existir num Mundo por vezes perfeito.