terça-feira, 24 de julho de 2007

Grande sorte, esta


Baleal, Junho de 2007

O vento deixa de soprar do lado da ilha, ganha vergonha ao momento, recolhe-se para o valorizar. A baía torna-se lisa, ordenada, está apenas mais um simpático francês na água e lá fora, apesar de ser Junho, não há quase ninguém, dois ou três pescadores de cana na mão, um corredor no areal aberto pela maré vazia. Absoluto espectáculo, aqui as nuvens carregadas e negras, lá ao fundo um poente limpo e pintado com as cores que explodem do Sol; aqui a ameaça de trovoada, lá à frente o céu aberto e imaculado como se nunca tivesse sido voado; aqui em cima desenha-se um inacreditável arco-íris, no horizonte encerra-se um derradeiro brilho ao lado da Berlenga. Grande sorte, esta, a de existir num Mundo por vezes perfeito.

4 comentários:

Anónimo disse...

Grande sorte esta, a de ler textos por vezes, perfeitos!

Parabéns.

Anónimo disse...

Emociono-me sempre com a seriedade que impões em tudo o que fazes...

padre Alexandre disse...

Mais sorte tenho eu ao ler os teus textos, pois fazes-me reviver alguns ""cair de tarde"" de algumas segundas-feiras de folga em que ía dar banho à minhoca e no meio do bater das ondas nas rochas ía rezando as contas da minha vida.... e levas-te a uma viagem de 10 anos atrás. Tenho que voltar a pescar. Mais uma pontuação máxima.

Anónimo disse...

Acredita que tive sorte em te encontrar,encontrar as tuas palavras.O despontar de mais um dia,o mergulho do sol no horizonte são magia,e tu consegues transmiti-la.
lindo,lindo!
http://dolce_vita.blogs.sapo.pt
RS