É sempre o mesmo quarto e é sempre a mesma cama, a cama 13, aquela onde te deitam junto à janela. Não ligas nada a isso do 13, sei, e às vezes até penso que tens sorte, porque estás à janela, e vês o Sol e as nuvens, e o dia e a noite... sei lá, penso, nada melhor do que ver a vida lá fora para nos mantermos agarrados a ela!
Agarro-te a mão, não me olhas, não me falas, agarro-te a mão branca e fina e aperto suavemente porque quero que me sintas, que estou contigo e te quero comigo, e tu deixas-me esses dedos estendidos nos meus, porque se calhar não podes ou não queres agarrar-te a nada, nem a mim nem à vida.
Dói, a dor pisa-me cá dentro... mas o que quero eu? Tudo isto é egoísmo, como posso reclamar a tua presença, fazer-te refém para minha felicidade, prender-te a esta existência apenas tua, quando nem sei o que sentes, o que te dói, onde estás ou para onde queres ir?
terça-feira, 17 de abril de 2007
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3 comentários:
É fantástico quando as palavras conseguem fotografar a nossa alma. Além de estar fabuloso, este texto fez-me recuar até ao fatídico mês de novembro do ano passado, fez-me rever tudo, reviver tudo. A dor impossivel, esmagadora, sufocante. A tristeza devastadora. Até o egoísmo de que falas... Sei bem como é ver esse ténue fio de vida preso a uma cama sem cor, sem alegria. Sei bem como é chegar a casa afogado em angustia e sofrimento. Sei bem demais... Resta a esperança. Uma esperança de contornos indefinidos, mas esperança. Que ela esteja contigo assim como sabes que eu estou.
Abraço!
como a vida nos tráz a todos, em doses diferentes é certo, mas em sensações da mesma raíz, as mesmas dores e alegrias por nos darmos à vida... e assim vamos cescendo... e deitando lágrimas e sorrisos de esperança por um futuro mais perto...
é perante estas coisas que sinto todas as minhas dores tão pequeninas... pode não saber, mas tu sabes! tu estás ali! e enquanto a vida deixar tens aquela mão... ali!
fazes-me chorar...
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