Não lhe sai da cabeça. Não consegue uma trégua do pensamento invasor, não esquece os minutos horas dias, a existência sempre em função desse maior dos opressores, o tempo, castrador afiado dos sonhos marcados para a vida.
Olha os planos, do passado, e tudo se lhe oferece em frustração, porque o que vê é apenas espaço onde já não toca, onde mais nada se realiza; e é isso que lhe dói, não lhe sai da cabeça, no momento em que rola pela estrada vazia, e as luzes furam a noite fechada, e os quilómetros passam como o… tempo, como algo que nunca mais poderá viajar.
Conduz atropelado pelo sentimento, o de não estar à altura para se guiar no mundo à sua frente; sente que falhou e vasculha desesperadamente memórias, busca concretizações, vitórias que combatam a desilusão gritada no interior. E insiste até encontrar um motivo de orgulho, ou uma amizade, ou mais… até voltar a sorrir ao tempo, sentir que o controla, que o pode parar... assim como estaciona no local de destino.
Chegou ali para celebrar 2007, ergue-lhe o copo de frente e coloca-o onde deve - fora da cabeça.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2007
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4 comentários:
(...)...o tempo, na sua marcha, utiliza e destrói o que é temporal... também nele existe mais eternidade no passado que no presente. Deste modo, o passado apresenta-nos qualquer coisa que é, simultaneamente, real e melhor que nós, e que pode empurrar-nos para cima, coisa que o futuro nunca faz....(...) :) :)
T
Longe vai o tempo em que tinhamos tempo para ter tempo!
Agora é tempo de correr atrás do tempo para que nenhum tempo seja perdido!
Sim, não há tempo a perder!
O tempo que passou não volta. Importante é viver aquele que se apresenta hoje. Pra que amanhã ao olhar pra trás possamos dizer: "Não voltava lá! Foi bom... mas venha o amanhã!"
"...desse maior dos opressores, o tempo, castrador afiado dos sonhos marcados para a vida."
cá para mim, se afiarmos bem os nossos sonhos redondos como estrelas, eles vão acabar por brilhar um dia....*
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